Certa vez uma irmã estava cursando teologia no nosso seminário. Ela trabalhava numa loja e já chegava muito cansada em sua casa. Lá, o marido pensava que a mesma iria dar atenção ao lar/família, só que não era isso que acontecia, porque ela era membro de uma igreja e a pastora exigia muito mais do que lhe era cabido. Ela fazia o papel de uma pastora auxiliar, mesmo não sendo oficialmente. Devemos fazer as coisas por amor, e assim a irmã fazia... A dedicação dela tinha uma atenção tão grande que o Curso de Teologia no seminário estava basicamente inviável e o casamento estava em crise. Em conversa com ela e com a devida liberdade, aconselhei que conversasse com a sua pastora e administrasse a situação, pois tinha que dar atenção à família, ao curso, a si mesma, a outras coisas, além da própria igreja (no auxilio da pastora). Simplesmente, ela estava exausta e não poderia dizer que aquilo era vida. Pois bem, após ter conversado com a pastora, o resultado foi o seguinte: A pastora orientou a mesma a sair do curso e a pastora proibiu os membros de estudar no seminário. A irmãzinha continuou com a sua vida sobrecarregada e com os problemas no casamento. Fiquei com a consciência tranquila e em paz por que estava fazendo o correto e o justo, mas, nesta história fiquei de ruim e com o prejuízo.
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sábado, 6 de outubro de 2018
domingo, 5 de janeiro de 2014
O Sal dos Pastores - Parte I - Liderança
Marcio Gil de Almeida
Teólogo e Pedagogo
Teólogo e Pedagogo
“Vós sois o Sal da terra; e se o Sal for insípido, com que se há de Salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.” Mateus 5:13
Nestes últimos anos tenho observado coisas que aos cristãos de 25 anos atrás nos teriam como distanciados da fé, do avivamento, da vida cristã etc. É possível que cristãos de 25 anos atrás conceituassem os evangélicos atuais, pastores e a Igreja, como distantes dos interesses do Reino de Deus.
Quando me converti a Cristo em 1985, os jovens da minha igreja tinham a admiração de muitos descrentes da sociedade. A moral dos crentes era admirável, um forte testemunho de Cristo e ninguém era possuído de pavor de vender para um crente. Hoje certos crentes com os seus testemunhos são um desserviço. Aumentou o número de crentes, aumentou os problemáticos e os falsos crentes. Não importa se não são a maioria, pois a maioria leva a fama injusta.
Eu me lembro que os pastores tinham a sua preocupação em cumprir as prioridades do Reino de Deus e havia um respeito aos mesmos da sociedade que os honravam sem piscar os olhos. A palavra de um pastor era valorosa. Os crentes do passado eram diferentes e a sociedade os via como diferentes. Eles eram diferentes porque acima de tudo defendiam os seus valores e a sua fé. É verdade que haviam falhas e exageros nas exigências, mas eles eram o que diziam ser e isto era acompanhado de um custo alto. Estes defendiam os seus valores independente de vantagens quaisquer, inclusive, favores políticos.
Quando lemos em Mateus 5:23 nos vemos na multidão que temos de ser Sal. Quando isto ocorre perdemos a visão de nós mesmos. Neste momento particularizo o ser “SAL” para os pastores. Por que foco nos pastores? Os pastores recebem maior honra, logo devem ser mais cobrados. O povo é cópia ou o clone do seu pastor. O povo recebe do pastor os ensinamentos verbais e de testemunho de vida. Eles aprendem sem perceber os conceitos, valores e até os hábitos imitam, se tiverem muito contacto com o seu pastor. Se o pastor prega chutando o púlpito, como já aconteceu, as suas ovelhas vão aprender a pregar como ele, chutando o púlpito. Ele ensina na sua fala e em sua vida prática sobre política, e assim, o povo irá repetir. Se ele não se importa, se dar ou não apoio político a ladrão, tão pouco o povo se importará. O povo é o que o pastor é. Há muitos anos, certo pastor famoso disse que os evangélicos iriam crescer muito, mas a qualidade não seria boa. Será que isto hoje é uma realidade? Se for uma realidade, qual seria o por quê? Olhem para os pastores deles, é assim que são. Não quero colocar a culpa dos pecados das pessoas sobre os pastores, cada um que pague pelos seus próprios pecados, mas os pastores levam o peso de muita responsabilidade. Conheço muitos pastores que ensina e vivem corretamente e o povo é uma vergonha, assim como o contrário, também, é verdade.
Nesta primeira parte vou discorrer sobre um único ponto com os seus subpontos. Vejam o primeiro ponto:
O Sal dos pastores em sua liderança.
Ser líder não é fácil. Tem um preço pessoal e um desgaste grande em toda sua alma. O pastor é líder, é humano e ele a certa e erra. Assim, o ser humano a certa e erra. Ele sabe que liderar é influenciar e não cabe ditadura. Exercer a autoridade não nos torna superiores ou donos da verdade. A Bíblia nos ensina que os pastores devem guiar os rebanhos pelo exemplo. Em I Pedro 5:2-3, diz: “Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho.” Quando não há exemplo, o SAL é insípido e pra nada serve. Infelizmente, aqueles que não dão exemplo, entra nas portas da manipulação, da mentira, do desrespeito e da ditadura. É claro que também, ditadura pode vir por ideologia ou por incompetência. Eles fazem isto para se manterem no cargo de pastor presidente com o objetivo de continuarem a receber os benefícios. Eles se esquecem que a questão não é estarem à frente de um rebanho para permanecerem no ministério pastoral. O Ministério Pastoral não é cargo. Há aqueles que estão no cargo de pastor e não tem o ministério pastoral. Da mesma forma que há aqueles, que não têm cargos de pastor, mas são pastores.
Ser líder indica liderar por influência em todo o seu ministério. A final de contas, exemplo em quê? Na justiça, no amor, na misericórdia, na verdade, na fé, na paz e na Palavra de Deus.
1- O Sal da influência pastoral na justiça.
O
Sal do pastor tem que ter justiça. E o que é justiça? Justiça é o pastor dar ao
outro o que é dele e o mesmo receber dos outros, o que lhe pertence. Ser líder justo nos
recurso para com o grupo e demais obreiros ou pastores. Ser justo na
distribuição da honra, nas oportunidades, nos cuidados, na atenção etc. Nós
pastores temos que perguntar à nossa consciência se realmente estamos sendo
justos com a igreja e a nossa família. Saiba que as escrituras nos ensina que se
não julgarmos a nós mesmos, os outros nos julgará. Lembre-se, quando houver conflito na igreja, o
seu Sal da justiça estará sendo usado ou os homens estarão pisando no insípido Sal?
Não quero aqui dizer que a igreja, também, não comete injustiças com os seus
pastores. Julguem a si mesmos...
2- O Sal dos pastores no amor
Amar é fazer o melhor
possível para si e para o próximo. O bem
que quero a mim é o bem que desejo para o próximo. A oportunidade, o
respeito, a valorização, o cuidado, o reconhecimento que desejo para minha vida
é a mesma coisa que desejo para os demais. No amor desejo a justiça e a
misericórdia para o próximo se colocando no lugar do outro.
3- O Sal dos pastores na misericórdia
Misericórdia significa
“ser favorável”. É com o Sal da misericórdia que nos tornamos favoráveis, mesmo
para quem não merece tanto. É com este Sal que perdoamos as ovelhas ingratas,
injustas e abusadas que nos agridem e nos tiram o que é justo. É com misericórdia
que não tomamos tudo a ferro e fogo. Aprendemos a relevar coisas pequenas e até
erros grandes conseguimos ver ali a oportunidade de uma mudança positiva. Só
com o Sal da misericórdia conseguimos ver a possibilidade de uma mudança e de um
futuro diferente para os miseráveis, impuros, prostitutos, ladrões, assassinos,
mentirosos e corruptos. É usando a misericórdia que nos tornamos flexíveis,
diplomatas e bondosos.
4- O Sal dos pastores na verdade
A palavra “Verdade”, no
grego aletéia, significa “ aquilo que se é, independente da
mera aparência”. Neste Sal da
verdade, o pastor não precisar ser outra pessoa, ele precisa ser verdadeiro. Ele
precisa ser ele mesmo e não um projeto de pastor que os outros esperam. Caráter é crucial, mas estilo e forma de
liderar é uma questão individual. Precisamos ser um só, dentro de cada
contexto, a mesma pessoa. Ser o que somos igualmente a todos. Não importa se o
pastor está tratando com rico ou pobre, famoso ou desconhecido, com os seus
próprios interesses ou com interesses do próximo, ele sempre é o mesmo, verdadeiro como
deve ser. Os seus valores são os mesmos perante qualquer um e em qualquer
lugar. Aquele que é verdadeiro é simples. O simples é logo descoberto o seu
coração e caráter. Quem tem o Sal da verdade não vive de aparências...
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